sábado, 6 de março de 2010

Memórias das Minhas Putas Tristes

Um título que contenha a palavra “memórias” despoleta no seu leitor uma ânsia de descoberta do passado. Gabriel García Márquez, como já era de esperar, não segue a regra e distorce um pouco o conceito de “memórias”.

O autor não começa a contar a sua vida desde criança ou adolescente, este centra-se no seu nonagésimo aniversário. Um velho e solitário jornalista que durante toda a sua vida fez questão de pagar por sexo, descobre aos 90 anos que é capaz de amar.

Num mar de metáforas e recursos estilísticos, Gabriel García Marquez demonstra que o verdadeiro amor não é carnal e não existe idade para amar. Um grande romance, de escrita inconfundível em que o autor colombiano é capaz de combinar dois aspectos aparentemente antagónicos: a velhice e o amor verdadeiro.

Prémio Nóbel da Literatura em 1982, esta obra revela-se intemporal, retratando a vida daqueles que têm medo de amar e nunca conheceram o amor simples e genuíno. Um relato mais real, que fictício que vale a pena ser lido por todos.

Numa sociedade em que muitos dos cidadãos são solitários, Gabriel García Márquez demonstra que nunca é tarde para viver uma vida a dois. A idade não é um estatuto, nem um doença, são vivências. O amor é intemporal. Não existe nada que impeça a existência de um brilho apaixonado nos olhos de um adolescente, ou de um idoso de 100 anos.

Nunca é tarde para começar.


Mariana Catarino in JUP


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