quarta-feira, 31 de março de 2010

Diabo na Cruz nas Noites Ritual

"Os loucos estão certos"! É possível combinar rock com foclore e obter um resultado singular e surpreendente. Num dos projectos mais estimulantes da actualidade musical portuguesa, guitarras eléctricas, baixo, bateria e teclados convivem harmoniosamente com o imaginário da canção tradicional minhota. Jorge Cruz, Bernardo Barata, Pinheiro, B Fachada e Gil compõe a banda formada em 2008 e que lançou o ano passado o seu primeiro álbum, "Virou".
Irreverentes, inovadores, roqueiros e populares, Diabo na Cruz é o primeiro nome confirmado para a 19ª edição das Noites Ritual. Quem quiser afinar a voz para o concerto de 27 de Agosto, pode começar pelo single "Dona Ligeirinha".




Marília Freitas

terça-feira, 30 de março de 2010

"Terra sem Palavras" apresentada no Estúdio Zero

Grupo de teatro "Assédio" trás à cena a peça de teatro “Terra sem palavras”.

A peça de Dea Loher, retrata uma artista sem nome e sozinha no seu estúdio, questiona a sua criação artística.
Após ter contactado com uma realidade diferente da sua, em que a guerra é complementada pela dor, tristeza e angústia daqueles que a vivem, a artista começa a questionar a representação artística. Quando esta começa criar, sente enormes dificuldades em representar as atrocidades que viveu, interrogando-se sobre a sua capacidade de manifestar a sua essência. Com a duração de cerca de 50 minutos, Rosa Quiroga demonstra o sentimento de não ter palavras para se expressar.
Situado no Heroísmo, o Estúdio Zero acolhe a peça até 11 de Abril, de terça a sábado pelas 21:30 horas e aos domingos pelas 16 horas. O custo normal do bilhete é de €8, havendo a possibilidade de desconto para estudantes, jovens, seniores e grupos.

Mariana Catarino

segunda-feira, 29 de março de 2010

Alice no (regresso ao) País das Maravilhas

Com cerca de 130 mil espectadores nos primeiros 4 dias de exibição, Alice no País das Maravilhas promete ser um sucesso. A aposta da Disney na nova versão da história é uma viagem pelo mundo do impossível, com o sabor inconfundível da imaginação do realizador Tim Burton.

Desta vez a história é-nos familiar e as personagens fazem parte do nosso imaginário infantil. Mas o novo filme de Tim Burton, baseado no clássico
escrito por Lewis Carroll e tornado famoso pela Disney, não é apenas mais uma versão da história. De facto, existe a tentativa de acrescentar e desenvolver o conto com que crescemos, embora nem sempre o alcance.

Aos 19 anos de idade, Alice regressa ao estranho mundo que encontrou pela primeira vez quando era criança reunindo-se com os seus amigos de infância: o Coelho Branco, Tweedledee e Tweedledum, a Ratazana, a Lagarta, o Gato Cheshire, e claro, o Chapeleiro Louco. Quase sem dar por isso embarca numa viagem fantástica para encontrar o seu verdadeiro destino e acabar com o reino de terror da Rainha Vermelha.

Interpretada por Mia Wasikowska, a Alice do filme está no limite da adolescência, naquele período em que acreditar nos sonhos deixa de ser ingenuidade para se transformar em loucura. A actriz australiana consegue transmitir-nos essa maturidade, aliada a um transtorno permanente, e fazer uma Alice realmente crescida e incrédula. Mas falta alguma expressão ao longo do filme, alguma emoção que nos prenda à jornada que Alice inicia. O mesmo não se pode dizer da prestação de Johnny Depp, o Chapeleiro Louco, que consegue ser muito mais que uma caracterização fantástica: consegue fazer-nos sentir. Sentimos a sua história, as suas memórias, a dedicação pela Rainha Branca, a fé na Alice… e, a certo ponto, até a nós nos custa vê-lo sem o seu chapéu. A sua performance rouba o estatuto de personagem principal à própria Alice e entra directamente nos principais trunfos do filme.

Um outro ponto super positivo é a imagem. A cenografia do filme é deslumbrante, se bem que “à maneira” de Tim Burton. Há cenas cruas e um tanto ou quanto excêntricas, mas a magia continua sempre preservada. A imaginação não tem limites e todos os pormenores foram cuidados, desde as árvores aos rostos das flores - tudo tem o dedo do realizador.

No final o filme perde pelo argumento nem sempre ser suficientemente forte e eficaz. Ainda assim a viagem ao mundo das maravilhas vale a pena, nem que seja para sabermos que existem outros loucos como nós que acreditam num país perfeitamente impossível, mas que de alguma forma nos é familiar. Na memória ficam ainda as imagens deliciosas e uma das melhores frases do filme:



“The Mad Hatter: Have I gone mad?
[Alice checks Hatter's temperature]
Alice Kingsley: I'm afraid so. You're entirely bonkers.
But I'll tell you a secret. All the best people are.”
Cláudia Batista

Crazy Heart: nunca é tarde para amar

O filme bastante conhecido este ano, pelo Óscar de melhor actor para Jeff Bridges, trata-se de um relato do final de vida de um cantor country.


Infelizmente, não fiquei muito surpreendia com o filme. É o típico filme de um cantor country que, durante toda a sua vida, teve várias mulheres e viveu no mundo da droga e acabava todas as suas noites com o álcool a fazer-lhe companhia. O argumento é muito semelhante ao do livro "Memórias das Minhas Putas Tristes" de Gabriel Garcia Márquez. Ambos os personagens principais são estereotipados como homens vividos e dados aos vícios da vida. Nunca amaram ninguém verdadeiramente e, no final da sua vida encontram o verdadeiro amor.
Aos seus noventa nos, o jornalista criado por Gabriel Garcia Márquez apaixona-se por uma prostituta. Bad Blake, o cantor country, apaixona-se por uma jornalista que, por um mero acaso consegue uma entrevista com o famoso cantor. A paixão entre os dois foi momentânea e, poucos meses depois, já estavam a viver juntos.
Porém, actualmente o mito das histórias cor-de-rosa e do "felizes para sempre" não existe, portanto o filme não poderia acabar com uma cena romântica entre os dois. Bad Blake não consegue deixar a bebida e, por causa deste vício acaba por perder o filho da sua amada jornalista e estes separam-se. Apesar do cantor ter mudado desde essa altura, a jornalista não consegue continuar com o cantor e acaba por se casar com outra pessoa. O cantor compreende que o melhor para a sua amada é esta seguir em frente com a sua vida e proporcionar um bom futuro à sua família.
É de ressalvar a performance do actor Jeff Bridges. Só conheço um filme em que o actor integrou o elenco, mas a força e a paixão que o actor coloca em cada movimento, expressão e palavra são notáveis. Um Óscar muito bem merecido! É bom reconhecer que a representação é um meio que tem vindo a evoluir imenso e não se baseia no humor estúpido e nas figuras parvas que alguns actores fazem só para parecer engraçado.
O verdadeiro filme não é aquele que deixa os espectadores com um sorriso na cara, mas aquele que os leva a reflectir, imaginar e criar.

Mariana Catarino

domingo, 28 de março de 2010

Antevisão: Away we go


Terminada mais uma temporada de prémios, é normal nesta altura haver um decréscimo a nível de estreias cinematográficas tanto em quantidade como em qualidade. Depois da grande festa vem a época da ressaca. A sede de mais é muita contudo, nada parece satisfazê-la em pleno. Cannes, embora mais próxima, parece ainda tardar. Lá fora, chega a altura de se preparar o terreno para a chegada de novos projectos. Em Portugal, alguns "restos" do que se fez em 2009 ainda estão por estrear. O que nem sempre acontece, já basta o que fizeram com 500 days of Summer. Mas não falemos de coisas tristes. Pelo contrário. Assim, é com um certo entusiasmo que verifico que Away we go, em português Um lugar para viver (não confundir com a minissérie da RTP), não só não voou directamente para DVD como tem chegada agendada para esta semana. Finalmente, tendo em conta os sucessivos adiamentos de que foi alvo no final do ano passado.


Away we go marca uma série de estreias. Em primeiro lugar, por ser a primeira comédia dirigida por Sam Mendes que depois do intenso Revolutionary Road, decidiu mostrar o que vale no cinema indie. Para além disso, o argumento está a cargo de dois iniciantes na matéria, Dave Eggers e Vendela Vida. Nos principais papéis estão dois actores pouco conhecidos do público, John Krasinski e Maya Rudolph, que apesar do talento já mostrado em trabalhos como The Office e Saturday Night Live respectivamente, ainda não gozam da atenção merecida.
O filme, bem ao estilo road movie, conta a viagem de Burt (John Krasinski) e Verona (Maya Rudolph), um jovem casal à espera do primeiro filho, que atravessa os Estados Unidos em busca de um novo lugar e de uma nova oportunidade para dar início à sua vida familiar.


A isto, junta-se uma banda sonora intimista, alguns secundários habitués do género, o típico plano de perfil na passadeira de um aeroporto e estamos na presença de um filme capaz de nos transportar da comédia para o drama num simples estalar de dedos. Daqueles filmes que carregam consigo toda uma filosofia e experiência de vida sem de facto o querer, uma espécie de leveza fingida. A ver vamos se Sam Mendes mostra sensibilidade para a coisa. Por enquanto, aqui fica o belíssimo poster e o trailer promocional.





Inês Antunes


Estados de Guerra: João Pina expõe no TNSJ

Foto de João Pina, incorporada num trabalho sobre as favelas no Brasil

"Estados de Guerra" é o nome da exposição de fotografias de guerra de João Pina que estão expostas no Teatro Nacional S. João até ao dia 24 de Abril. O trabalho pode ser visto de terça a sábado das 14 às 19h e ao Domingo das 14 às 15h.

João Pina estudou fotojornalismo e fotografia documental em Nova Iorque. Trabalhou em muitos países da América Latina, inclusive no Brasil onde fotografou a violência no Rio de Janeiro. Fotografou também a guerra na Costa do Marfim e no Afeganistão. João Pina já teve os seus trabalhos publicados em publicações um pouco por todo o mundo e já expôs no Porto, em Lisboa, em Londres, em Tokio e em Nova Iorque.
"Estados de Guerra" está exposto ao mesmo tempo da exibição da peça "Antígona". A associação é feita na medida em que Antígona começa com o rescaldo de uma guerra e acaba por ser uma refelxão moral e filosófica sobre os tempos de guerra, a sede de poder e os perigos da insensatez.



Daniela Teixeira

sábado, 27 de março de 2010

O melhor do Stand-up no Porto

Depois de uma temporada de grande sucesso no Cabaret Maxime em Lisboa, o "Clube de Comédia" chega à Invicta. O projecto encontra-se actualmente em digressão pelo país e vai estar a 9 e 10 de Abril no Coliseu do Porto. Os bilhetes encontram-se entre os 10 e os 20 euros.

Aldo Lima, Bruno Nogueira, Eduardo Madeira, Francisco Menezes, Nilton e Óscar Branco, seis figuras incontornáveis do humor nacional, sobem ao palco e prometem um grande espectáculo. Durante uma hora e meia, cada humorista partilha com o público todo o tipo de ideias num monólogo onde domina o humor corrosivo e sem regras.
Para os apreciadores incondicionais de stand-up comedy e para quem queira passar uma noite diferente, este é um espectáculo a não perder e que vai contar certamente com a presença do Primeira Fila.
Inês Antunes

Dia Mundial do Teatro na Rádio

Pois é, a primeira edição radiofónica do Primeira Fila já saiu e pode ser ouvida aqui.

Um bom dia mundial do teatro a todos!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Conhecer o Porto

Aproveite o dia de amanhã para conhecer melhor a cidade do Porto. Para comemorar o Dia Nacional dos Centros Históricos, a Câmara Municipal do Porto organizou uma série de eventos, que se vão realizar durante todo o dia. Entrada livre e visitas guiadas aos edifícios classificados aderentes, música, cinema, peddy-papers, exposições, conferências, workshops, tertúlias, animação de rua e um cruzeiro no Rio Douro são algumas das inúmeras iniciativas de livre acesso marcadas para o dia 27 de Março.

Para além do habitual apoio da CP e da STCP, este ano também o Metro se associou a esta iniciativa, abrindo as suas portas a uma exposição de fotografia sobre as lojas de comércio tradicional das Ruas das Flores e Mouzinho da Silveira.
Também o Mercado Porto Belo, o Mercadinho dos Clérigos, as Feiras Francas da Fundação da Juventude e a Flea Market, se associam às comemorações deste dia, sugerindo um circuito de ligação destes 4 mercados e um espectáculo de animação itinerante “O som das estrelas” que vai percorrer 3 destes mercados.

A participação em algumas destas actividades obriga a inscrição prévia no Posto de Turismo da Câmara Municipal do Porto - Centro (Rua Clube dos Fenianos, nº 25), ou nos locais onde vão decorrer essas actividades. Compras, gastronomia e música não necessitam de inscrição.




Diana Ferreira

domingo, 21 de março de 2010

"O Deus da Matança" no Teatro Carlos Alberto


O Teatro Carlos Alberto apresenta a peça "O Deus da Matança". Escrita em 2006 pela francesa Yasmina Reza, a peça desenvolve-se num ambiente familiar civilizado. Com uma mistura de humor e crítica social, a autora demonstra que todo o ser humano é civilizado até ao momento em que entra em pânico.
Uma peça a quatro, em que Joana Seixas, Paulo Pires, Sérgio Prata e Sofia de Portugal combinam leveza e seriedade crítica com humor e crueldade. O encenador João Lourenço incidiu nos princípios antagónicos entre o ser e o parecer, criando uma peça com ritmo e intensidade crescentes.
A peça estará em cena até dia 28 de Março, de quarta a sábado pelas 21:30 e domingo pelas 16 horas.


Mariana Catarino

sexta-feira, 19 de março de 2010

Tiago Bettencourt em digressão nacional


Tiago Bettencourt arrancou ontem a digressão de apresentação do seu novo álbum "Em Fuga".


O primeiro concerto teve lugar ontem à noite, no Teatro Sá da Bandeira. O bilhete incluia não só o concerto, mas também o novo álbum do artista. Apesar dos problemas técnicos e da pouca adesão do público, devido à fraca divulgação do espectáculo, revelou-se um concerto intimista. Além de apresentar as novas canções, Tiago Bettencourt cedeu aos apelos do público e recordou êxitos anteriores e até músicas dos Toranja.

A digressão continua até dia 28 Março, data do último concerto em Lisboa.
Marília Freitas

sábado, 13 de março de 2010

Parábola do Cágado Velho

A Parábola do Cágado Velho é um romance escrito por Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudónimo Pepetela.

Nesta obra o escritor angolano mostra-nos a guerra através dos olhos de um camponês, Ulume (homem em Umbundu), que se apaixona pela jovem Munakazi (Mulher em Mubunda), numa Angola que permite a poligamia para os homens, e vai desejá-la para sua segunda mulher.

Ulume vive uma vida tranquila com a sua primeira mulher Muari, até o dia em que os seus filhos vão para a guerra, alistados em exércitos inimigos. A partir dessa altura o Kimbo de Ulumbe e Muari vai ser constantemente atacado por exércitos que reclamam comida e acabam com as provisões dos aldeões, entregando-os à penúria e à miséria.
A guerra trava-se entre "os nossos" e os "inimigos" mas os camponeses acabam por não entender quem são os "nossos" e quem são os "inimigos". Apenas sabe que qualquer homem com arma que chegue a um Kimbo traz com ele a fome a morte.

Parábala do Cágado Velho retracta os costumes angolanos em choque com a modernidade, em choque com as novas ideias e práticas que assolaram o país. Retracta a guerra e a dor que ela traz.

O cágado velho é o símbolo da sabedoria dos antepassados, da natureza e da necessidade da reflexão. Ulumbe desde novo que tem o hábito de visitar o cágado e de contemplar a natureza.

"Kanda indicou uma poltrona e sentou na outra. Ulume passou a mão pela cadeira, hesitando se havia de imitar o filho ou se sentava no chão. Nunca vira um banco daqueles, não podia ser confortável. Mas vergou-se ao sorriso convidativo de Kanda que era gentil e não de gozo. Sentou , continuando a passar a mão pelo cabedal da poltrona. Até era confortável, se admirou."

In Parábola do Cágado Velho, Pepetela

Daniela Teixeira

segunda-feira, 8 de março de 2010

Óscares: "Estado de Guerra" foi o grande vencedor da 82ª edição


A 82.ª edição dos Óscares trouxe algumas surpresas.

"Estado de Guerra" foi o grande vencedor da noite. O filme de Kathryn Bigelow foi premiado nas categorias de Melhor Realização, Melhor Filme, Edição, Mistura de Som, Montagem e Argumento Original.

Kathryn Bigelow tornou-se desta forma na primeira mulher a ganhar o troféu para Melhor Realização. Por coincidência, ou talvez não, isto acontece numa altura em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.

Das nove nomeações que tinha, "Avatar" acabou por ganhar apenas nas categorias de Efeitos Visuais, Cinematografia e Direcção Artística.

Sandra Bullock, com "Um sonho possível", e Jeff Bridges, com "Crazy Heart", foram eleitos os melhores actores.

Nos melhores actores secundários, Mo'Nique, de "Precious", e Christoph Waltz, de "Sacanas Sem Lei", foram os premiados.

"Up - Altamente" ganhou o prémio de Melhor Filme de Animação e de Melhor Banda Sonora.

A Academia escolheu para melhor filme estrangeiro "O segredo dos seus olhos", de Juan José Campanella.




Diana Ferreira

domingo, 7 de março de 2010

"An Evening With Joan Baez"




Já só restam muito poucos bilhetes para o concerto da cantora norte-americana que se realizará amanhã, dia 8 de Março na Casa da Música. Os que não conseguirem têm ainda a oportunidade de dar um "saltinho" até Lisboa, mais precisamente até ao Coliseu dos Recreios no dia 10. Ambos os concertos têm início marcado para as 21h30. O preço dos bilhetes encontra-se entre os 20 e os 55 euros na capital e 40 euros no Porto.

Conhecida como a Primeira-Dama do Folk , Joan Baez conta com mais de 50 anos de uma carreira que inclui mais de 30 álbuns editados a par do seu forte activismo político. Aliás, muitas das suas letras retratam uma época bastante conturbada da história dos Estados Unidos da América nomeadamente a luta contra a Guerra do Vietname.

Das suas inúmeras interpretações, destacam-se êxitos como "Diamonds & Rust" da sua autoria, "We Shall Overcome", imortalizado na versão ao vivo em Woodstock ou "It Ain't Me Babe" de Bob Dylan, outro grande nome do folk e da música de intervenção norte-americana.

Baez lançou em 2008 o seu mais recente álbum intitulado "Day After Tomorrow" que inclui temas escritos por músicos como Tom Waits ou Elvis Costello.

A voz harmoniosa da intérprete aliada à poesia das suas letras fazem de "An Evening With Joan Baez" um concerto a não perder.


Inês Antunes

Uma sessão na primeira fila do Fantasporto


São 17.30 e a sala do pequeno auditório do Rivoli começa está cheia. O público é ruidoso.

Um senhor de barba sobe ao palco e explica que o que se segue são curtas metragens portuguesas, muitas de âmbito académico, e que alguns dos realizadores delas estando presentes, vão subir ao palco para falar sobre as mesmas.

Primeiro sobe ao palco uma dupla de jovens. "Arranjo sempre uma forma de vir ao Fantasporto à borla" diz um, a audiência ri alto e com gosto. Seguem-se mais alguns relizadores que falam dos seus filmes, fazem agradecimentos, sorriem.


As luzes por fim apagam. É agora, o cinema português.

Passaram nove curtas metragens que ocilaram entre os 5 e os 18 minutos e que, em tão curto espaço de tempo, contaram estórias, libertaram ideias, levaram à reflexão.

Esta sessão de curtas de metragem fez-se em parceria com a Escola Técnica de Imagem e Comunicação (ETIC) de onde vieram a maior parte dos filmes.


Vale a pena vir ao Fantasporto ver cinema português. Nem que seja para constatar que ele existe. E quem sabe acreditar nele.



Daniela Teixeira

Fantasporto:Heartless ganha grande prémio

Se ainda não foi a nenhuma sessão da 30º edição do Fantasporto talvez já seja tarde de mais.
A 30ª edição do festival de cinema fantástico no Porto chega ao fim depois de mais de uma semana de cinema na invicta.
A entrega de prémios Fantasporto que decorre no Domingo marca o fim da 30ª edição do Fantasporto.
O prémio de grande filme Fantasporto 2010 é atribuído a "Hearthless" do britânico Philip Ridley. Heartless acumula também os prémios de melhor realização e de melhor actor, atribuído a Jim Sturguess.
Veja o trailer aqui.
O prémio para a melhor curta foi atribuído a La Carte, de Stephen Le Fay. A "Fish Tank" foi atrubuído o prémio de Manoel de Oliveira e "Thirst", filme que narra a história de um padre vampiro e realizado por Park Chan-Wook, vence o prémio Oriente Express.
O filme português “Embargo” de António Ferreira, que adapta a novela do nobel José Saramago, mereceu do juri uma menção especial.
Daniela Teixeira

sábado, 6 de março de 2010

TCA esgota na estreia de "Blackbird"


A peça "Blackbird", encenada por Tiago Guedes e protagonizada por Miguel Guilherme e Isabel Abreu, estreou ontem no Teatro Carlos Alberto.


O original de David Harrower aborda a complexa temática do abuso sexual a menores.
Una, uma jovem mulher reencontra Ray, um homem de meia-idade com quem, aos doze anos, manteve uma relação apaixonada que culminou em abusos sexuais. Quinze anos depois, Una procura descortinar as motivações e sentimentos do homem que, agora, parece ter mudado.
Emoções fortes e cruas envolveram todos os que esgotaram a sessão. No final, nas conversas de corredor, discutia-se moralidade e tabu, amor e abuso.

"Blackbird" está em exibição de quarta a domingo, até 14 de Março.
Marília Freitas

Memórias das Minhas Putas Tristes

Um título que contenha a palavra “memórias” despoleta no seu leitor uma ânsia de descoberta do passado. Gabriel García Márquez, como já era de esperar, não segue a regra e distorce um pouco o conceito de “memórias”.

O autor não começa a contar a sua vida desde criança ou adolescente, este centra-se no seu nonagésimo aniversário. Um velho e solitário jornalista que durante toda a sua vida fez questão de pagar por sexo, descobre aos 90 anos que é capaz de amar.

Num mar de metáforas e recursos estilísticos, Gabriel García Marquez demonstra que o verdadeiro amor não é carnal e não existe idade para amar. Um grande romance, de escrita inconfundível em que o autor colombiano é capaz de combinar dois aspectos aparentemente antagónicos: a velhice e o amor verdadeiro.

Prémio Nóbel da Literatura em 1982, esta obra revela-se intemporal, retratando a vida daqueles que têm medo de amar e nunca conheceram o amor simples e genuíno. Um relato mais real, que fictício que vale a pena ser lido por todos.

Numa sociedade em que muitos dos cidadãos são solitários, Gabriel García Márquez demonstra que nunca é tarde para viver uma vida a dois. A idade não é um estatuto, nem um doença, são vivências. O amor é intemporal. Não existe nada que impeça a existência de um brilho apaixonado nos olhos de um adolescente, ou de um idoso de 100 anos.

Nunca é tarde para começar.


Mariana Catarino in JUP


Na Primeira Fila

O Primeira Fila é um projecto que visa divulgar a cultura na cidade do Porto. Pretendemos fazer a cobertura de exposições artísticas, lançamentos de livros, concertos musicais, peças de teatro, festivais e etc.

Acompanhe-nos no blog e quinzenalmente no JPR.